O DRAMA DOS INCÊNDIOS

Vou recuperar um post que já tinha publicado num Blog anterior, em 31 de Julho de 2004, por infelizmente, o mesmo ainda estar actual, revelando um drama que todos os anos se repete em Portugal e que revela a incapacidade que Portugal tem em lidar com tal situação.

Penso que uma das medidas que devia ser tomada, era não passar nas televisões imagens dos incêndios, não mostrar o nosso parque florestal a arder, porque isso constitui para os incendiários, como que um "troféu" para os seus "feitos"...
Não nos iludamos, os incêndios em Portugal não ocorrem por ignições naturais, é possivel afirmar sem fugir muito à verdade, que mais de 90% dos incêndios que se verificam no nosso país, devem-se a acções criminosas, que deveriam ser exemplarmente punidas com penas severas, sem possibilidade de liberdade condicional ou redução de pena, quer para os agentes que no terreno provocam os incêndios, quer para aqueles que os mandam atear.

Feitas estas pequenas considerações, segue-se o post que eu tinha publicado à 2 anos atrás.

Nem me apetece ver os noticiários nem ler jornais, que me sinto revoltado... Custa ver as nossas matas a arderem e saber que na maior parte dos casos, tal se deve aos psicopatas dos incendiários,que agindo de per si ou a mando de alguém, queimam uma das coisas que Portugal tem de melhor, as suas matas e florestas.

Os bombeiros sentem-se impotentes na maior parte dos casos, porque para além da crónica falta de meios, os existentes revelam-se desactualizados ou em avançado estado de degradação, a coordenação de meios no combate aos incêndios na maior parte dos casos também se revela ineficaz e tudo contribui para que Portugal arda de Norte a Sul, para gozo de poucos e desespero de muitos.

Por isso, se eu mandasse, todos os incendiários deveriam ser exemplarmente punidos, essa corja maldita não merece o ar que respira, deviam amputar-lhes a mão direita e marcarem com ferros em brasa a palavra "maldito" nas respectivas testas, para que toda a gente soubesse quem eles eram e o que tinham feito.

Não basta dotar os serviços de protecção civil de meios, se não se fizer a educação cívica das pessoas também; igualmente se deveria fazer a limpeza regular das nossas matas, fossem elas públicas ou privadas.

Como? Usando os meios humanos disponiveis, tais como o nosso Exército ou os desempregados inscritos nos Centros de Emprego, sempre se poderia iniciar um plano de combate a este flagelo dos nossos dias, que são os Incêndios.

Assim talvez um dia possamos dizer que os Incêndios provocados são uma coisa do passado e com isso legar aos nossos filhos zonas verdes, um património cada dia que passa mais escasso e raro e por isso mesmo, mais apetecido.

Custa cada vez mais passear nas nossas florestas e matas.... Não bastava a falta de civismo dos portugueses, que deitam lixo para as matas, sem se preocuparem com aqueles que a seguir a eles, também procurarão esses lugares para se recrearem... Não bastava o abate indiscriminado de pinheiros no natal, para durante no máximo 1 mês, povoarem de sonhos o mundo mágico das crianças... Não bastava a redução das nossas florestas, em nome de interesses pouco escrupulosos de madeireiros, que abatem belas árvores sem atenderem à necessária renovação do parque florestal... Não bastava a politica das queimadas levada a cabo pelos nossos agricultores, que devido a uma embrionária utilização dos recursos do solo, acabam por recorrer a agriculturas intensivas que levam ao esgotamento dos solos e à consequente procura de novos solos aráveis, que acabam por ser "roubados" às nossas florestas... Não bastava o deficiente Ordenamento do nosso território, que permite a construção e a urbanização de solos produtivos e a destruição sistemática das zonas verdes, tornando os meios urbanos verdadeiras selvas de cimento e ferro.

Agora também temos de lutar contra esses seres abjectos e desprezíveis que nutrem admiração pela destruição provocada pelo fogo ou que a mando de interesses puramente materialistas, corrompem indivíduos fragilizados por situações de miséria ou mesmo de marginalização social, para atearem o fogo maldito numa das riquezas que o nosso País tinha e que era motivo de orgulho para todos nós... cada vez mais Portugal é menos verde nas imagens de satélite... temos de mudar isto, nem que tenhamos de ser duros, inflexiveis e determinados a não dar tréguas a este flagelo.

Para que notícias como aquelas que cronicamente abrem a Imprensa, sempre que o Verão chega, deixem de ser uma situação "normal" e passem a ser uma situação "fora do normal".