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quinta-feira, outubro 12, 2006

CANCIONEIRO POPULAR

Hoje vou partilhar com todos vós, a letra de uma canção popular, que já ouvia a minha avó cantar, espero que gostem tanto como eu, apesar de ser totalmente diferente ouvir a canção e a "interpretação" da mesma e ler apenas a letra, mas dá para ter uma ideia do que era a "brejeirice" à moda dos nossos avós.


O meu funeral

Quando eu morrer,
Quero ir em camisa,
Porque um defunto de luxo não precisa.
Quero que me ponham
Uma garrafa e um frasco,
Uma cheia de água, outra cheia de verdasca.
A primeira, para lavar a salgadeira,
A segunda, para tomar a borracheira.
Duzentas velhas,
Remeladas e carecas,
Hão-de ir atrás a tocar suas rabecas.
Outras duzentas velhas,
Em fraldinha de camisa,
Hão-de ir atrás a tocar flauta lisa.
E à porta do cemitério,
Cala-se tudo, fica tudo muito sério...
Ah!


4 comentários:

Rafeiro Perfumado disse...

Faz-me lembrar a canção cantada pelo Olavo Bilac com os Resistência. Olha que essa letra com uma guitarra e uma bateria era capaz de ir lá...

Maria José disse...

A minha avó também declamava algo assim. Não sei se me lembro de todas as estrofes mas aqui estão todas das que me recordo:

Todas as moças quando eu morrer
Todas as moças quando eu morrer
Hão-de passar três dias sem comer
Hão-de passar três dias sem comer

Porque uma morte que causa tanta mágoa
Porque uma morte que causa tanta mágoa
Só requer jejum a pão e água
Só requer jejum a pão e água

Trinta velhas desdentadas e carecas
Trinta velhas desdentadas e carecas
Hão-de ir à frente tocando rebecas
Hão-de ir à frente tocando rebecas

Outras tantas de saia de balão
Outras tantas de saia de balão
Hão-de ir atrás tocando rabecão
Hão-de ir atrás tocando rabecão

E um velho mui gordo e mui pançudo
E um velho mui gordo e mui pançudo
Há-dir ao lado soprando num canudo
Há-dir ao lado soprando num canudo

Chegado à porta do cemitério
Chegado à porta do cemitério
Shhhh....
[baixinho] Cale-se tudo fique tudo muito sério
Cale-se tudo fique tudo muito sério

Hei-de ir em botas e em fraldas de camisa
Hei-de ir em botas e em fraldas de camisa
Porque um defunto de mais luxo não precisa
Porque um defunto de mais luxo não precisa

Quero ser logo enterrada
Quero ser logo enterrada
E que por cima seja bem calcada
E que por cima seja bem calcada

Maria José disse...

Semelhante canto está também nas páginas 26,27 deste livro electrónico grátis:
http://en.calameo.com/read/000458134b54f69a3a672

Emmanuel Babo disse...

Pois a minha contava assim:
TESTAMENTO
Quando eu morrer hei-de ir em fraldas de camisa.
Quando eu morrer hei-de ir em fraldas de camisa.
Já que o morto, de luxo não precisa.
Já que o morto, de luxo não precisa.
O meu caixão há-de ir aberto escancarado.
O meu caixão há-de ir aberto escancarado.
Para todos verem, o sexo amado.
Para todos verem, o sexo amado.
Quarenta velhas, muito velhas e velhinhas.
Quarenta velhas, muito velhas e velhinhas.
Hão-de ir à frente, tocando as campainhas.
Hão-de ir à frente, tocando as campainhas.
E um velho, muito velho e pançudo.
E um velho, muito velho e pançudo.
Há-de ir a trás, tocando num canudo.
Há-de ir a trás, tocando num canudo.
E uma velha desdentada e marreca (careca).
E uma velha desdentada e marreca (careca).
Há-de ir a frente tocando uma rabeca.
Há-de ir a frente tocando uma rabeca.
E ao chegar e ao chegar ao Cemitério.
E ao chegar e ao chegar ao Cemitério.
Psessss! Cale-se tudo. Fique tudo muito sério.
Psessss! Cale-se tudo. Fique tudo muito sério.