“Não queremos partidarizar a campanha”, disse José Sócrates.
Pois não. Querem estatizá-la.
Se participar em acções pelo “sim” é um direito de qualquer eleito, já as declarações de Maria José Morgado sobre o nexo entre corrupção e aborto clandestino parecem bastante mais cinzentas. Para todos os efeitos, o poder judicial tomou posição num referendo que divide profundamente os portugueses. É certo que o Procurador-Geral da República veio esclarecer, entretanto, que a sua adjunta se pronunciara na qualidade de cidadã e jurista, mas ninguém ficou muito convencido. Afinal, qual é a autoridade da cidadã Maria José Morgado para falar de corrupção?
Mais grave, porém (a ser verdade a denúncia do líder do CDS, José Ribeiro e Castro), é o ofício emitido pela Direcção Regional de Saúde de Faro a aconselhar o voto no “sim”aos seus funcionários. Trata-se não só de usar a máquina do Estado para fazer campanha, mas de pura e simples coacção profissional. Ainda ninguém desmentiu o caso. E era bom que o Ministro da Saúde, tão loquaz em matérias conexas, viesse tranquilizar-nos.
O que é que se segue? Pedirem-nos uma fotocópia da cruzinha no “sim” para tirar a senha na repartição?
Texto retirado do Movimento Assim NÃO
Sem comentários:
Enviar um comentário