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sábado, janeiro 27, 2007

A QUEM INTERESSA O ABORTO?

Uma das razões apontadas para o Sim ao Aborto é “oficializar”, enfim, regularizar algo que é feito um pouco à sucapa, na semi-clandestinidade, em condições de ilegalidade, etc. Vamos partir do pressuposto abortista de que a vida intra-uterina tem um valor muito relativo. Vamos considerar que o aborto é a válvula de escape para as situações em que os anticonceptivos falharam ou não foram devidamente utilizados. Um filho implica muita coisa, desde um enquadramento familiar minimamente estável, alimentação, fraldas, depois a escola, os brinquedos, mais espaço em casa, mais tarde terá que ter playstation, depois o “iPod”, enfim a mota, o carro, dinheiro para a discoteca, etc. Sustentar todo esse percurso económico é um fardo pesado a pagar como resultado de um relacionamento ocasional ou de uma relação entre jovens adolescentes. E mesmo para um casal estável que planeou 2 filhos, o 3º ou 4º pode ser uma surpresa problemática. Mais, na generalidade dos países europeus o aborto não é tabu, não é sequer uma questão na ordem do dia. É preciso, faz-se. O Estado paga, ou mais ou menos, mas não há cá problemas de consciência. Vamos então tornar Portugal esse país normal e moderno, igualzinho aos outros todos, sem problemas éticos nem morais, e sem tabus sexuais. Quem quer faz, quem não quer não faz. Democracia, modernidade, liberdade total de escolha. Finalmente!

Finalmente? Mas atenção, Portugal!... atenção Europa!... As maternidades são encerradas, as escolas vão fechando, a natalidade cai a pique, a economia vai definhando também, aqui e no resto da Europa. Os divórcios sucedem-se, os jovens drogam-se, cada um vive para seu lado. Pode não ter nada a ver, mas... quem sabe se não teremos liberdade a mais? Visto que o aborto vai ser mais um serviço à nossa disposição, vamos utilizar. Não nos esqueçamos, porém, de que os recursos são limitados. Se queremos ajudar as mulheres pobres a abortar, para não terem um rancho de filhos, então se calhar era melhor liberalizar só para determinados escalões de rendimento, para desempregados, para os do rendimento mínimo. Mas assim, visto que é para todos, vai saír muito mais caro. Reduz-se nas outras despesas? Num país em que as urgências fecham, em que os idosos recebem pensões que não chegam para medicamentos, num país em que os socorros demoram 6 horas a chegar ao Alentejo interior ou 3 horas a chegar a pescadores em aflição a 200 metros da praia... E a vacina contra o cancro do cólo do útero? Também vai custar caro, o SNS não vai conseguir comparticipar. Porque não optar pela vacina em vez de financiar o aborto?

Dizer Não ao Aborto é do interesse de todos, a todos os níveis. Introduz uma certa moralização na vida pública e até política: quase todos os partidos aceitam com mais ou menos entusiasmo o Sim ao aborto, é uma boa oportunidade de dizermos que estamos fartos de oportunistas nos partidos e de que há mais cidadania para lá dos partidos! É também obrigar a comunicação social a pensar duas vezes antes de “cozinharem” as nossa próprias opiniões nas redacções. Estamos fartos de ser usados e manipulados por jornalistas sem escrúpulos, e por gente bem pensante sempre na vanguarda! Dizer Não mostra também que Portugal não é um país como os outros, quando quer é diferente, e para melhor, e pensa pela sua própria cabeça, dizer Não é uma forma de afirmação nacional! De resto os outros seguir-nos-ão mais cedo ou mais tarde: na Alemanha gastam rios de dinheiro com o aborto e agora gastam rios de dinheiro a subsidiar nascimentos, e ainda não perceberam o equívoco. Vamos nós seguir este exemplo de desperdício? Por fim, dizer Não ao aborto é dar força à família, aos pais responsáveis face aos jovens com dúvidas, é dar força aos mais velhos e aos seus princípios, é dar coesão aos casais. É também defender os jovens deles próprios e dos seus impulsos irreflectidos, é dar-lhes mecanismos de protecção para poderem dizer não, quando necessário. É criar responsabilidade para evitar disparates. É até ajudar a combater a prostituição e o submundo a ela ligado, e é, por fim, uma questão de elementar bom-senso. Ahhh... e… já agora, dizer Não ao aborto é respeitar a vida, por muito insignificante que isso pareça!

João Paulo Geada

In Comarca de Arganil

Texto retirado do Blog da ADAV-VISEU

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